O mês de Abril começou nos bastidores, com o ars ad hoc a trabalhar no seu primeiro álbum discográfico (cada vez mais perto de chegar a público). A primeira actividade pública foi, como muitas outra vezes, a sessão ‘Que música ouvimos?‘ (5 de Abril), no Museu de Aveiro / Santa Joana, que teve como convidado Domingos Peixoto. A este estudioso dos órgãos históricos de Aveiro (entre muitas outras coisas), o director do Museu, José António Christo, dedicou um Códice de Canto Gregoriano, “que contém Laudes para serem tocadas em cordas e órgão, por honra de São João Batista e de São Domingos, destinadas ao Natal, à Ascensão, à Páscoa, ao Espírito Santo, e Antífonas das ladainhas, seguidas de 3 fólios em branco. Antífona de Beneditus para a 5ª feira e 6ª feira, seguidas de 6 fólios em branco. O fólio 2 possui uma ilustração pintada a aguarela de uma figura feminina a tocar órgão, emoldurada com as armas dominicanas, com iniciais junto ao pé F.P. e R.F. A obra contém iniciais capitais fitomórficas, zoomórficas, figuradas e historiadas. Na guarda volante anterior contém a anotação: J. M. +J. D./ Convento de Jesus/ Aveiro.”





Organista que é, Domingos Peixoto dificilmente traria outra coisa que não uma obra para aquele a que chama o “rei dos instrumentos” e a sua escolha recaiu sobre Harmonias e Ressonâncias [1996], composta por outro organista que bem conhece, João Pedro Oliveira (1959).
Naquela sessão conduzida por Ana Cancela, a Arte no Tempo respondeu com um excerto da incrível Talea [1986], de Gérard Grisey (1946 – 1998), que o ars ad hoc gravara durante essa mesma semana. A gravação escutada foi, no entanto, a do ensemble hand werk que, tal como o ars ad hoc, a interpreta sem maestro, e que no próximo mês regressará ao Teatro Aveirense, para um concerto nos Reencontros de Música Contemporânea.



No sábado seguinte, dia 12, o ars ad hoc juntava-se ao Drumming GP para, a convite do Serviço de Artes Performativas da Fundação de Serralves, interpretar uma obra de Tristan Perich.




No dia seguinte, Domingo, 13 de Abril, no arquipélago da Madeira, a Arte no Tempo estreava-se no Funchal com uma reposição do espectáculo ‘radiografia‘, desta vez com audio-descrição assumida pelo Teatro Municipal Baltazar Dias. Foi assim que, a caminho da criação das terceira parte da trilogia, Nuno Aroso, João Reis e Pedro Fonseca voltaram a encontrar-se num espaço cénico preenchido de som, silêncio, luz e sombra, com palavras à mistura.








A 14 de Abril começávamos a última semana de trabalhos de gravação para o 1º álbum discográfico do ars ad hoc (neper music). Voltámos a ocupar Serralves para gravar o Quarteto de cordas nº 1 de Mariana Vieira e a primeira obra que o ars ad hoc tocou em estreia nacional, em 2019: o quinteto intorno al bianco, de Beat Furrer.



Já esta semana, a pouco menos de duas semanas do lançamento do disco City Walk, 1ª publicação do selo editorial AnTaural, em que Nuno Aroso e o seu Clamat – colectivo variável interpretam obras para percussão de João Pedro Oliveira, o compositor é o protagonista do episódio 40 do podcast Vortex Temporum.
É curioso perceber as raízes que o próprio compositor atribui à sua música.
Neste episódio, João Pedro Oliveira traz uma nova luz sobre a sua música.
Escutem-no através de vortextemporum.com !
[29.04.2025]