Janeiro começou um pouco tarde, com a sessão Que música ouvimos? adiada uma semana, mas foi um mês que nos trouxe um concerto há muito desejado: a revisitação do quinteto intorno al bianco pelo ars ad hoc.
O convidado de Janeiro foi, como anunciado, D. António Moiteiro Ramos que, após visita ao “túmulo” da Santa Joana guiada por José António Christo, expôs algumas das suas escolhas natalícias numa conversa conduzida por Ana Cancela.
Seguiu-se mais uma residência do ars ad hoc em Serralves, desta vez com o generoso apoio da OLI, que culminou com a apresentação de um programa composto por três solos de Simon Steen-Andersen, a peça para viola e electrónica que Ângela Lopes escreveu em 2019 para Ricardo Gaspar e o extraordinário quinteto intorno al bianco [2016], de Beat Furrer, que o ars ad hoc havia apresentado pela primeira vez em Portugal nos Reencontros de Música Contemporânea de 2019.
De Steen-Andersen, Diogo Coelho interpretou o Estudo para instrumento de cordas nº 1 [2007], juntando-se depois a Álvaro Pereira para accionar o pedal whammy no Estudo para instrumento de cordas nº 2 [2009]. Gonçalo Lélis revisitou o Estudo para instrumento de cordas nº 3 [2011] que havia apresentado nos 3os Reencontros de Música Contemporânea.
Horácio Ferreira juntou-se às cordas para interpretar a obra comum aos dois programas, o que o ars ad hoc apresentou em Serralves e o que apresentaria dois dias depois, em Setúbal e Castelo Branco – o quinteto intorno al bianco.
Ao quinteto de Furrer, juntar-se-ia o Quinteto com clarinete op. 115 de Brahms, para o programa “clássico” vs contemporâneo que, no dia 22, o ars ad hoc levou à Igreja do Convento de Jesus, em Setúbal, e ao Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.
E que bom que é regressar a Castelo Branco, onde o público é tão especial e se entrega na escuta, recompensa maior para quem dá o melhor de si na preparação de programas tão laboriosos.
[30.Janeiro.2022]