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Novos projectos e revisitações

O nosso mês de Novembro iniciou-se no Museu de Aveiro/Santa Joana, com a habitual sessão “Que música ouvimos?“, desta vez conduzida por Ana Cancela, com a participação de José António Christo na visita a uma peça do Museu e com a convidada Maria Cacilda Marado. O pretexto foi Smetana, mas Ana Cancela contrapôs Jonathan Harvey.

© Anabela Trindade / Serralves

Logo de seguida, no dia 7, o ars ad hoc apresentou-se no Auditório de Serralves, com um programa idealizado por Pedro Rocha em torno da artista franco-americana Louise Bourgeois, compreendendo música de três compositoras norte-americanas, a que a Arte no Tempo acrescentou uma encomenda à luso-espanhola Inés Badalo.

Foram interpretados o trio de cordas Noh Reflections [1985], de Anne LeBaron (1953); uma peça para flauta ao vivo e flautas pré-gravadas de Mary Jane Leach (1949), composta a partir de “Flow my Tears”, de John Dowland (Dowland’s Tears [2011]); um trio para flauta, clarinete e violoncelo de Inés Badalo (Grid, de 2021, estreado pelo hand werk no mês anterior); e, a mais longa de todas, o trio Three bodies (moving) [2010], para violino, clarinete baixo e violoncelo, de Catherine Lamb (1982).

No fim-de-semana seguinte, foi tempo de trabalhar uma vez mais com o duo Rita Miragaia & Matilde Freiria, revisitando algumas das obras que a dupla estreou nos Reencontros de Música Contemporânea de 2019. Desta vez, o palco foi o do Teatro da Vista Alegre e o evento que o concerto integrou foram os Festivais de Outono, da Universidade de Aveiro.

O concerto abriu com um duo para guitarras de Fredrik Zeller. Devido a dificuldades técnicas que não foram ultrapassadas em tempo útil, ficou por apresentar o solo The fireflies, twinkling among leaves, make the stars wonder [2015, rev. 2018], de Rita Torres, passando-se de imediato à melodiosa Travelling [2018], de António Chagas Rosa, a que sucedeu o duo  IV 14 [2014], de Mark André. Matilde Freiria trouxe para este programa uma peça para guitarra solo de Inés Badalo, Policromia Vidrada [2016], após a qual o duo apresentou uma nova versão, aumentada, do duo arritmias, de Pedro Berardinelli, agora intitulado num – sonografia dactilográfica [2019].

Dois dias depois, a 16 de Novembro, foi tempo de iniciar uma pequena digressão com outro projecto de Nuno Aroso (que no mês anterior havia estreado A Fog Machine e outros poemas para o teu regresso). Trata-se do programa Vítrea – sob o signo do vidro, cujas apresentações vieram provisoriamente ocupar o espaço de outro projecto que, por força das restrições impostas à circulação de cidadãos japoneses na Europa, foi necessário adiar.

Este projecto concebido em torno do vidro juntou dois solos em estreia absoluta, de Inés Badalo e de Ângela Lopes, interpretados por Nuno Aroso, a obras de conjunto de César Camarero, Amanda Cole (estreia europeia) e de João Pedro Oliveira, interpretadas pelo Clamat – geometria variável, um projecto em que Nuno Aroso reúne alguns talentos emergentes da percussão em Portugal.

Estreado na Casa da Música, o programa foi ainda apresentado nos Festivais de Outono (18 de Novembro ) e no nono festival MIHL Sons, em Lugo (20 de Novembro).

De novo no Porto, o ars ad hoc instala-se em Serralves para um programa de homenagem a David Behrman, com a participação do próprio. Colaborando com o compositor, a convite da Fundação de Serralves, foram quatro as obras com que o ars ad hoc participou no ciclo Open Space: focus on David Berhman. View Finder, Figure in a clearing e On the Other Ocean foram as obras interpretadas a 27 de Novembro. Na tarde de 28, David Behrman e o ars ad hoc interpretaram Open Space.

Logo a seguir à curta-residência com David Behrman, o ars ad hoc permaneceu mais uma semana em Serralves para a gravação de um novo video que em breve esperamos trazer a público, com o apoio do programa Garantir Cultura.

[9.Dezembro.2021]