O mês que agora termina foi muito agitado, mas com pouca actividade pública.

A primeira de todas foi a sessão Que música ouvimos?, no Museu de Aveiro / Santa Joana, momento deliciosamente iniciado por José António Christo, director do museu, que nos levou a conhecer a pequena escultura de S. Ivo, padroeiro dos advogados, em honra do nosso muito simpático convidado João Saraiva. Coube a este, não falar de facadas e burlas, como esperávamos, mas conduzir-nos numa interessante viagem pelo mundo de Piazzolla. A contraproposta da Arte no Tempo veio da Ucrânia, de uma compositora que se ocupou durante algum tempo da recolha etnomusicológica de canto ucraniano e que fundou o estúdio de música electroacústica do Conservatório Tchaikovsky de Kiev, Alla Zagaykevych (1966) –Transparency [2006], para violino e electrónica.

Na semana seguinte, dia 8, lançámos o primeiro episódio do podcast resultante de mais uma parceria de Nuno Aroso / Limina e Diana Ferreira / Arte no Tempo. O genial Peter Ablinger foi o primeiro dos compositores escolhidos para falar de qualquer assunto que não a sua própria música. O resultado foi não deixar a tarefa muito fácil aos compositores seguintes: não podíamos estar mais satisfeitos com o toque de genialidade que Ablinger trouxe à nossa modesta ideia, mas gostaríamos que os compositores seguintes pensassem que cada episódio deverá ser um objecto único, não havendo nenhum modelo a seguir.

Já no último Domingo, dia 27, participámos num dos eventos programados pelo Serviço de Artes Performativas da Fundação de Serralves. Desta vez, tratou-se de um concerto paralelo à primeira exposição de Christina Kubisch em Portugal, preenchido por três obras em estreia nacional desta artista sonora. Após a interpretação dos Emergency solos por Clara Saleiro, e a difusão de Nine Magnetic Places, coube à Arte no Tempo apresentar o quarteto de cordas que Christina Kubisch dedicou a Carola Bauckholt, Wien Landstraß, para violino (Mariana Moita), viola (Alexandre Aguiar), violoncelo (Gonçalo Lélis), contrabaixo (Jorge Paredes) e sons eletromagnéticos.
Três meses após a súbita interrupção do Festival Itinerante de Percussão devido à ocorrência de um caso de COVID-19, Nuno Aroso e Bruno Costa regressaram à Sala 2 da Casa da Música, na terça-feira, dia 29, para, finalmente, apresentar o seu concerto de solistas.
[31.Março.2022]