O ciclo ‘Música e outras áreas‘ encerra, esta semana, com Ana Freijo.
Após quatro sessões em que se abordou a música no estabelecimento de relações com a pintura, a arquitectura e a filosofia, a pianista galega Ana Freijo guia-nos numa peculiar visita ao mundo do Lied, combinando as suas duas áreas de estudo- música e filosofia.
Formada na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, onde trabalhou com Madalena Soveral. Seguidamente à sua formação musical, Ana Freijo concluiu um Mestrado em Filosofia (área de especialização de Estética) na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, antes de ingressar no curso de Doutoramento em Estudos Artísticos (especialização de Estudos Musicais) na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
«”Actio in distans. Montanhas distantes, pessoas distantes, acontecimentos distantes…, tudo se torna romântico, ou o que é o mesmo– disso resulta a nossa natureza essencialmente poética”. Este fragmento, extraído do Das allgemeine Brouillon (1798-1799) de Novalis, propicia o advento de uma nova categoria estética. Se até este momento o conceito de distância tinha sido um tema recorrente na filosofia e na ciência, é com o primeiro romantismo alemão que encontra uma nova dimensão poética. Nesta “poética do remoto” (Richard Kramer) ecoa o Lied romântico com grande intensidade, reconfigurando-se aqui o seu significado.»
Assim introduz Ana Freijo a sessão em que traçará um caminho que percorrerá as diferentes áreas onde o conceito de “poética do remoto” se encontra: na filosofia, na ciência, na poesia e na música. «Percorrendo as suas distâncias encontraremos o Lied.»
Concluído este quarto ciclo da segunda temporada de Música no Museu, a Arte no Tempo recolhe aos bastidores, regressando na segunda quinzena de Abril para o último ciclo da temporada: “Novas Músicas”.
O encontro acontece, como habitualmente, às 21h30, no Auditório do Museu Arte Nova (acesso pela Praça do Peixe).
[a partir do texto que será publicado no Diário de Aveiro de 26 de Março de 2015]