O calmo e frio mês de Janeiro da Arte no Tempo resumiu-se a três actividades públicas: o tradicional encontro do primeiro sábado do mês, no Museu de Aveiro / Santa Joana, a audição comentada do ars ad hoc, no Teatro Aveirense, e mais um episódio do podcast Vortex Temporum.
Começando pelo fim, na última terça-feira, publicámos o episódio 37 do podcast, em que o compositor e baterista suíço Jessie Cox (1995) reflecte sobre música e sobre negritude, abordando de passagem o livro que publicou este mês pela Duke University Press, Sounds of Black Switzerland, no qual, curiosamente, fala de outro compositor residente na Suíça que, em Janeiro de 2024, contribuiu para o mesmo podcast: Charles Uzor (episódio 23).
No mesmo dia, recebíamos um grupo de alunos do Agrupamento de Escolas de Aveiro, no palco da Sala Principal do Teatro Aveirense, para com eles partilharmos algumas obras do repertório do ars ad hoc. O mestre da transcrição e da flauta, Ricardo Carvalho, elaborou uma nova versão da história de Pétrouchka para dar a escutar alguns excertos do quinteto pierrot que elaborou a partir de Trois Mouvements de Pétrouchka, de Stravinsky; mas esse foi mesmo o final da sessão, que começou com o Prélude à l’après-midi d’un faune, de Debussy (transcrição para quinteto pierrot de Tim Mulleman). Entre as duas obras, o ars ad hoc deu a escutar o trio The People here go mad. They blame the wind [2013-14], de Clara Iannotta (1983), a breve e enérgica Senza [2018], de Oscar Bianchi (1975), e um trio que a lituana Justina Repečkaitė (1989) compôs para o ars ad hoc, em 2021: Broderie. Incluída na programação do Teatro Aveirense, esta sessão contou ainda com o apoio do Banco BPI | Fundação “la Caixa”.




À semelhança da maioria dos meses, o de Janeiro começou com a sessão ‘Que música ouvimos?’, no primeiro sábado, tendo como convidada Patrícia Sarrico, conservadora restauradora da Câmara Municipal de Aveiro que partilhou com os presentes algumas curiosidades sobre a sua actividade profissional, antes de nos dar a escutar uma selecção de peças do Stabat Mater jovem Giovanni Battista Draghi (conhecido como Giovanni Battista Pergolesi), na interpretação de Le Poème Harmonique e Vincent Dumestre (e companhia). A resposta da Arte no Tempo foi a primeira obra encomendada pela Arte no Tempo a Pedro Berardinelli, de [2017] — obra para percussão estreada por Mário Teixeira em 2018. José António Christo iniciou a sessão convidando os presentes a observar um artigo reservado. Sendo mês de S. Gonçalinho, não faltaram cavacas (e raivas e favo de caramelo e…) a acompanhar o chá.



[31.01.2025]