Nesta quinta-feira (15 de Janeiro), retomamos as sessões de Música no Museu, com um ciclo dedicado à Música em Portugal no contexto da época visada pelo Museu Arte Nova. Jorge Castro Ribeiro é o primeiro convidado do ciclo.
Após uma pausa revitalizadora, em que se prepara mais uma digressão da Orquestra XXI– projecto que tem sido patrocinado pela Caixa Geral de Depósitos e pelo grupo Cerealis-, a Arte no Tempo retoma esta semana, com o apoio do grupo Alboi, as sessões de Música no Museu, reocupando o Auditório do Museu Arte Nova com um ciclo dedicado à Música em Portugal no contexto da época visada por esse polo do Museu da Cidade.
Proporcionada a sua criação, em 2013, pela conquista do 1º Prémio no concurso de empreendedorismo social “Ideias de Origem Portuguesa” (promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da iniciativa FAZ realizada em parceria com a Cotec Portugal), a Orquestra XXI congrega jovens músicos portugueses residentes no estrangeiro, tendo até ao momento realizado concertos com cerca de uma centena dos inúmeros músicos portugueses espalhados pelo mundo. Em Março próximo, a orquestra voltará a reunir-se para preparar um programa que apresentará entre os dias 5 e 8, na sua 4ª digressão em diferentes pontos do país.
Em Aveiro, a actividade regular da Arte no Tempo continua a centrar-se nas sessões de Música no Museu, realizadas no âmbito do projecto Omnia Mutantur que teve início em Maio de 2013. O ciclo que esta quinta-feira se inicia, e que será provavelmente o ciclo mais formal das sessões de Música no Museu, é integralmente protagonizado por musicólogos: dois investigadores do CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical) e outros tantos do INET-md (Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança).
Jorge Castro Ribeiro (docente na Universidade de Aveiro e elemento do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música) abrirá esta quinta-feira (15 de Janeiro) o espaço dedicado à vivência musical em Portugal no contexto da Arte Nova, centrando a sua sessão na actividade do Orpheon Portuense, organismo que, “a partir da década de 1880, desenvolveu uma importante acção de divulgação musical que contribuiu para a sintonização da vida cultural e artística do Porto com a modernidade europeia de então.”
Segundo J. C. Ribeiro, “esta acção era dirigida sobretudo às elites de uma sociedade dinâmica, que renovava esteticamente e fazia crescer– com ferro, vidro e bom gosto– a própria cidade e as suas estruturas urbanísticas, sendo o sucesso e enquadramento do Orpheon denunciado pela dimensão e gradual internacionalização da sua própria actividade”.
Partindo de programas de concertos e de críticas e crónicas da imprensa, Jorge Ribeiro propõe “uma compreensão do clima estético, intelectual e artístico em que a sociedade portuense viveu esta renovação da recepção musical e olhou para os seus protagonistas, em que a presença feminina– como Guilhermina Suggia, por exemplo– marcava uma significativa novidade”.
Seguir-se-ão sessões com Maria José Artiaga, Paulo Ferreira de Castro e Rosário Pestana, todas elas à quinta-feira, às 21h30.
[a partir de texto a publicar na edição de 15 de Janeiro do Diário de Aveiro]