Antes que a primavera chegasse, iniciámos as oficinas ‘Nova Música para Novos Músicos‘ (NMpNM), com as quais percorremos algumas escolas do ensino artístico especializado de música, do Alto Douto ao Alentejo, explorando algumas das muitas peças criadas por compositores portugueses para instrumento solo e electrónica, desde 2017, com o intuito de aproximar as novas gerações das técnicas e estéticas daquela que é a música sua contemporânea. Pelo caminho, fomos conhecendo alguns dos vários jovens músicos que em Maio estrearão novas obras do mesmo projecto, no estágio NMpNM, que decorrerá no âmbito da bienal Reencontros de Música Contemporânea.
Por cá, no Agrupamento de Escolas de Esgueira, começámos o projecto ‘cooperativa’, inserido no nosso programa ‘crescer com a música‘ que tem como principal objectivo o desenvolvimento de públicos. João Martins (músico e sonoplasta) e Cláudia Escaleira (arquitecta) têm estado a trabalhar com um grupo de alunos do 8º ano da Escola Básica e Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima na construção de um projecto artístico colaborativo e multidisciplinar que, no final de Maio, terá a sua conclusão e apresentação.
A 19 de Março, o ars ad hoc regressou a Castelo Branco, onde foi uma vez mais bem recebido por uma plateia tão variada quanto atenta. Abril trouxe mais música nova com a estreia da primeira parte de TO_mbeau [2023], que Carlos Lopes compôs para o ars ad hoc, por encomenda da Arte no Tempo. Também a transcrição de Trois Mouvements de Pétrouchka, de Stravinsky, elaborada por Ricardo Carvalho, foi apresentada pela primeira vez nos festivais por que o agrupamento passou em Abril: Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu e festival Música em Leiria. Do programa anterior foram recuperados para estes concertos os trios de cordas de João Moreira (2004), Atropos [2022], e o Trio de cordas nº 2 em Si bemol maior D 581 [1817], de Franz Schubert (1797 – 1828).
No mês de Abril fizemos uma pausa no podcast Vortex Temporum, mas em Março publicámos dois episódios de compositoras com perfis muito diferentes entre si, ambas com interessantes histórias para partilhar: a polaca Elżbieta Sikora e a norte-americana Mary Jane Leach. O regresso do podcast está prometido para a próxima semana, com Kees Tazelaar e, na segunda quinzena de Maio, Enno Poppe.
Também ainda em Março, recebemos no Teatro Aveirense o agrupamento soundinitiative para um concerto bastante diferente do habitual, em que o público foi chamado a participar com um papel mais activo e interventivo, também na realização musical. No dia seguinte, um pequeno grupo de pessoas (músicos e não músicos) pôde participar numa oficina dirigida pelos músicos do agrupamento.
As sessões Que música ouvimos? de Março e de Abril foram também elas muito diferentes entre si. Em Março, Carlos Martins trouxe-nos Bach para uma conversa em que coube falar um pouco do seu trabalho e da importância da sensação de pertença e da memória na construção de uma programação cultural. A resposta de Ana Cancela foi uma obra de Clara Iannotta que dialoga, precisamente, com música de Bach. Em Abril, ao Schönberg de Nuno Aroso (Verklärte Nacht), Diana Ferreira respondeu com uma obra de Luís Antunes Pena, criada em colaboração com e interpretada por Aroso.
[29.04.2023]