Rosário Pestana encerra esta semana (5 Fevereiro) o ciclo dedicado à Música em Portugal no contexto da Arte Nova.
Conclui-se esta quinta-feira o ciclo com que a Arte no Tempo tem vindo a revisitar, no Museu Arte Nova, a Música em Portugal no Contexto daquele período.
Ao longo de quatro sessões passou-se pela criação do Orpheon Portuense- seus protagonistas, convidados e repertórios (Jorge Castro Ribeiro), pelos registos sonoros e novos hábitos de escuta (Manuel Deniz Silva), pelas grandes referências da composição musical da época, em França e em Portugal (Paulo Ferreira de Castro), terminando-se hoje com uma abordagem de valores e estéticas que promoveram a escuta, a profissionalização de músicos e a distinção de compositores e intérpretes no período que antecedeu a Arte Nova (Rosário Pestana).
Doutorada em Etnomusicologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Rosário Pestana ensina na Universidade de Aveiro e é Investigadora integrada no Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança, coordenando o projeto de investigação “A música no meio: o canto em coro no contexto do orfeonismo (1880-2012)”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e participando no projecto de estudo do Orpheon Portuense, coordenado pelo antropólogo Henrique Gomes de Araújo. O seu trabalho estende-se ainda ao domínio dos processos de institucionalização do folclore em Portugal; políticas e práticas de documentação e arquivo de música em Portugal; indústrias da música na primeira metade do século XX em Portugal; música e género; estéticas da música e espaços de interlocução.
Na sessão desta semana, que intitulou de Cidadanias modernas: a Arte musical no quadro da esfera pública e associativa (1880-1910), Rosário Pestana partirá também do Orpheon Portuense passando pelo “movimento associativo de perfil burguês, sustentado em valores como a Arte, o progresso, a filantropia e o trabalho, que se diversificou e consolidou em finais no século XIX, como alternativa às estruturas sociais e políticas vigentes; a imprensa periódica e as suas normatividades em torno do assunto sociedade; o conceito Arte musical“
Concluído este terceiro percurso da Arte no Tempo pela Arte Nova, as sessões de Música no Museu interrompem, regressando no final do mês com um novo ciclo dedicado a Música e outras áreas, em que música do início ao final do século XX contracenará com pintura, arquitectura, filosofia e psicanálise.
…Sempre à quinta-feira, às 21h30, no Museu Arte Nova (entrada pela Praça do Peixe).
[a partir do texto que será publicado no Diário de Aveiro de 05 de Fevereiro de 2015]