O início da temporada de 2021/22, que se adivinhava tão preenchido e entusiasmante, acabou por ser um tanto diferente do que esperávamos.
Começámos com a anunciada e muito esperada colaboração com o Ensemble neoN, com a realização de um concerto partilhado e um debate bastante enriquecedor, na Litteraturhuset, em Oslo, no dia 12 de Setembro. Além de aprender sobre a realidade da música contemporânea na Noruega, nomeadamente sobre a criação de uma plataforma informal de grupos que se dedicam à música dos nossos dias, pudemos mostrar um pouco do trabalho do ars ad hoc – através da interpretação de um septeto recém-composto por João Carlos Pinto e de um original quarteto que Kristine Tjøgersen (também clarinetista do Ensemble neoN) havia composto para o ars ad hoc em 2020 (por encomenda da Fundação Centro Cultural de Belém) – e assistir à performance do Ensemble neoN, esteticamente tão diferente da proposta do ars ad hoc. Foi um belíssimo momento e uma brevíssima passagem por Oslo, para todos excepto o nosso violoncelista que, devido a um erro grosseiro de uma companhia aérea, ficou retido mais dois dias na capital norueguesa, forçando-nos a adiar o concerto que tínhamos em Serralves nessa semana (e que foi reagendado para Novembro).
A actividade prosseguiu com um belíssimo momento proporcionado pela fantástica equipa que tem dado corpo a La Lontananza Nostalgica Utopica e Futura, de Luigi Nono. Aconteceu no versátil espaço de A Gráfica – Centro de Criação Artística, em Setúbal, e esperamos que o futuro nos reserve mais oportunidades para ouvir o André Gaio Pereira e o Ricardo Guerreiro a interpretar o “madrigale”, na companhia do Pedro Fonseca.
Entretanto, seguiu-se a recepção do monopass para a estreia do projecto em Portugal, na bela Igreja das Carmelitas, em Aveiro, com uma oficina e um concerto em que os protagonistas foram os sintetizadores, manipulados pelos compositores Oxana Omelchuk, Luís Antunes Pena, Mark Polscher e Florian Zwissler. Brevemente, haveremos de ter notícias de uma nova edição discográfica do projecto, com a colaboração da Arte no Tempo e do ZKM.
Também o concerto do ars ad hoc em Setúbal, previsto para o dia seguinte, acabou por ser adiado para 2022, por sugestão da entidade de programação. Eventualmente, chegaremos a 2023 com a agenda limpa de adiamentos.
[30. Setembro. 2021]