O segundo programa da temporada de 2019/20 do ars ad hoc (primeiro de 2020), ao qual não poderiam deixar de estar associadas actividades para os mais jovens ouvintes, resultou duma residência artística que teve lugar no belíssimo Teatro da Vista Alegre.
Segundo o estabelecido para a presente temporada, o ars ad hoc trabalhou um programa que associa a música de Luís Antunes Pena à de Beethoven, havendo desta vez ainda espaço para desbravar uma notável partitura da segunda metade do século XX: Talea [1985-86], de Gerard Grisey.
Para a manhã de quinta-feira, 30 de Janeiro, o Serviço de Mediação do 23 Milhas convidou um grupo de alunos do 6º ano de escolaridade a visitar o Teatro da Vista Alegre e participar numa sessão de audição comentada com o ars ad hoc, que teve a particularidade de contar com a presença de um compositor. Ao atento público, Luís Antunes Pena explicou a origem de alguns dos sons da electrónica da sua obra Konvolut [2014], bem como a relação entre electrónica e instrumentos em algumas secções da música.
Sobre o compositor cujo 250º aniversário do nascimento este ano se celebra, Diana Ferreira destacou alguns aspectos característicos, explorando os diferentes andamentos do Trio Op. 1 nº 1 com exemplos interpretados por André Gaio Pereira (violino), Pedro Vaz (violoncelo) e João Casimiro de Almeida (piano).
Após um extraordinário concerto pelo ensemble mosaik no Teatro Aveirense e uma manhã de workshop com três dos seus elementos, na tarde de 31 de Janeiro voltou a haver espaço para crescer com a música com o ars ad hoc, precisamente no palco da Sala Principal do Teatro Aveirense, com um grupo de alunos do Colégio D. José I. O programa foi muito semelhante ao da véspera, na Vista Alegre.
Já na noite de 1 de Fevereiro, o ars ad hoc apresentou-se pela primeira vez em Coimbra, na Antiga Igreja do Convento São Francisco, interpretando o programa completo, com Luís Antunes Pena, Grisey, o primeiro andamento da Sonata Op. 5 nº 1 para violoncelo e piano, de Beethoven e, do mesmo compositor, o Trio op. 1 nº 1.
De regresso ao litoral, o agrupamento era recebido por uma generosa plateia para o seu também primeiro concerto no Teatro da Vista Alegre.
A Coimbra, o ars ad hoc volta em 19 de Junho, com música de Beethoven, Pena e Furrer. À Vista Alegre, só regressará já em Outubro. Antes disso, encontra-se com o público de Viseu e de Lisboa, já no próximo mês.
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Ricardo Carvalho < flauta >
Horário Ferreira < clarinete >
André Gaio Pereira < violino >
Pedro Vaz < violoncelo >
João Casimiro Almeida < piano >
[29. Fevereiro. 2020]