A temporada da Arte no Tempo iniciou-se ainda antes de ser anunciada, com uma edição especial do Festival Itinerante de Percussão, que trouxe a público novos septetos de percussão interpretados por uma equipa de profissionais associados às instituições de ensino superior portuguesas em que é ministrado curso de percussão.
Sob a direcção de Mário Teixeira, Pedro Carneiro (ESML), Miquel Bernat (ESMAE), Bruno Costa (ESART), Miguel Herrera (ANSO), João Dias (UM), Eduardo Cardinho (UA) e Marco Fernandes (UÉ) fizeram a estreia absoluta de obras compostas em 2020 por Cândido Lima (1939), Rita Torres (1977) e João Carlos Pinto (1998), recuperando ainda um septeto estreado na primeira edição do festival, em 2018: Pulsar, de João Pedro Oliveira (1959).
Paralelamente, já o ars ad hoc preparava, em Serralves, a temporada em que dedicará especial atenção à música de Clara Iannotta (1983). A compositora juntou-se ao trabalho, numa sessão à distância, partilhando ideias muito precisas acerca do resultado sonoro pretendido.
Já depois de uma sessão de apresentação da temporada, que teve lugar no dia 15 de Setembro, na Biblioteca Municipal de Aveiro / Edifício Atlas, que contou com a presença do flautista Ricardo Carvalho (músico do ars ad hoc), da programadora da Arte no Tempo, Diana Ferreira, e de José António Christo, em representação da Divisão de Cultura do Município de Aveiro, o ars ad hoc apresentou-se em concerto a 17 de Setembro, no Auditório de Serralves.
Foi precisamente com a estreia nacional do quarteto de cordas com sons sinusoidais dead wasps in a jam-jar (iii) [2017-18], de Clara Iannotta, que o concerto começou.
Logo de seguida, o ars ad hoc tocou pela primeira vez música de Emmanuel Nunes (1941-2012), interpretando aquela que o compositor considerava como a sua opus 1: o trio de cordas Degrés [1965], encerrando o concerto com o regresso ao quinteto com piano de Beat Furrer (1954), Spur [1998].
As actividades públicas do mês terminariam logo a 19 de Setembro, com o lançamento de mais um episódio do podcast Vortex Temporum, que deu a conhecer um pouco da compositora Liza Lim (1966) e do contexto em que surge a sua mais recente criação, a obra Multispecies Knots of Ethical Time [2023], que terá estreia absoluta no Festival de Lucerna, a 18 de Novembro próximo.
[02.10.2023]