O próximo ciclo do projecto Omnia Mutantur, com que a partir de 23 de Abril a Arte no Tempo ocupará o Museu Arte Nova (Aveiro), está orientado em torno da criação musical portuguesa e daqueles que se dedicam a escrever a música do nosso tempo.
António Chagas Rosa será o primeiro compositor a partilhar a sua música no ciclo “Compositores portugueses na 1ª pessoa“.
Após a 2ª digressão da Orquestra XXI e o ciclo “Viena XX/XXI“, a que se sucedeu uma semana de interrupção das actividades, a Arte no Tempo regressa no dia 23 de Abril com um ciclo dedicado aos compositores portugueses, em que são os próprios criadores quem apresenta a sua música, dando-a a escutar e contextualizando-a.
Apesar de a Arte no Tempo não ser um organismo caracterizado por um grande ecletismo, a proposta deste ciclo dedicado a compositores portugueses reúne quatro criadores muito diferentes entre si.
Começamos a 23 de Abril com António Chagas Rosa (1960), pianista, compositor e pedagogo, fortemente admirado por todos aqueles com quem se cruza. As suas obras, resultando mais de encomendas estrangeiras do que nacionais, transpiram honestidade e intemporalidade e dirigem-se ao mundo actual, não excluindo um permanente diálogo com a tradição, de que Chagas Rosa é profundo conhecedor. O seu imaginário é contagiado pela vasta cultura que tem absorvido com inteligência e generoso espanto. É Professor na Universidade de Aveiro.
António Pinho Vargas (1951) [4ª feira, 30 de Abril] é, tal como Chagas Rosa, licenciado em História e será, provavelmente, o compositor da sua geração cuja música é mais tocada em território nacional. Conhecido também como intelectual com marcadas posições políticas e um vasto conhecimento sobre a música do seu tempo, publicou livros como Sobre Música: ensaios, textos e entrevistas (Afrontamento, 2002), Cinco Conferências sobre a História da Música do Século XX (Culturgest, 2008) e Música e Poder: para uma sociologia da ausência da música portuguesa no contexto europeu (CES/Almedina, 2011)- este último resultando dos seus trabalhos de Doutoramento. É Professor na Escola Superior de Música de Lisboa.
Sara Carvalho (1970) [4ª feira, 07 de Maio] lecciona também na Universidade de Aveiro e tem-se dedicado à composição e à investigação em educação em música. Na composição, interessa-se pela interacção entre as diferentes artes performativas.
Encerramos o ciclo a 14 de Maio com uma presença já habitual nas noites de Música no Museu: Ricardo Ribeiro (1971). Dos compositores apresentados neste ciclo, Ricardo é o único que não divide o seu tempo entre a criação e o ensino, dedicando-se exclusivamente à composição. Do seu breve catálogo constam essencialmente obras para agrupamento de câmara e instrumento solo, sendo o recurso à interacção de instrumentos tradicionais com electrónica em tempo real uma descoberta que apenas empreendeu do século XXI (com a assistência de Gilberto Bernardes).
…Sempre à quarta-feira, às 21h30, no Museu Arte Nova.