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ars ad hoc

aah 0701S ©André Delhaye / Fundação de Serralves 2024

Surgido em 2018 no contexto da Arte no Tempo, o ars ad hoc cumpre o sonho de criar um espaço para a interpretação e divulgação da grande música de câmara, com elevados padrões de exigência. Além dos concertos exclusivamente preenchidos pela interpretação de música dos nossos dias, o grupo tem vindo a realizar um conjunto de concertos ‘clássicos vs contemporâneos’ em diferentes localidades do país, juntando à nova música algumas obras incontornáveis da música de câmara de sempre. Desde 2024, este trabalho levado a cabo fora dos dois principais centros culturais do país tem sido possível com o inestimável contributo do Banco BPI | Fundação ‘la Caixa’.

©André Delhaye / Fundação de Serralves 2024
©André Delhaye / Fundação de Serralves 2024

Na sua primeira temporada, o ars ad hoc pôs em confronto a música de grandes clássicos com o trabalho de um dos mais interessantes criadores do nosso tempo, o compositor suíço-austríaco Beat Furrer (Schaffhausen, 1954), que, em Março de 2019, marcou presença na segunda edição da bienal Reencontros de Música Contemporânea, trabalhando com o ars ad hoc a estreia nacional do seu quinteto intorno al bianco [2016].

Reencontros de Música Contemporânea, Teatro Aveirense ©2019

O programa da sua atribulada temporada de 2019/20 prestou particular atenção à música de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e de Luís Antunes Pena (1973), tendo ainda revisitado obras de Beat Furrer e interpretado obras tão extraordinárias como Talea [1982], de Gerard Grisey (1946-1998). Além da “temporada regular” com os seus três programas, o ars ad hoc marcou ainda presença em alguns festivais, estreando obras encomendadas a compositores portugueses e estrangeiros.

©André Delhaye / Serralves 2021
©André Delhaye / Serralves 2021
©André Delhaye / Serralves 2022

Ainda fortemente condicionada pela pandemia de COVID-19, a temporada de 2020/21 marcou o início da colaboração do ars ad hoc com a Fundação de Serralves e acrescenta mais algumas estreias nacionais e absolutas ao repertório do grupo. Em 2021/22, o ars ad hoc explorou em especial a música de Simon Steen-Andersen (1976), estreou obras compositores portugueses e fez estreias nacionais de compositores como Beat Furrer, Joanna Bailie (1973) e Clara Iannotta (1983). Centrando-se no universo de Helmut Lachnemann (1935), a temporada de 2022/23 contou com mais estreias de compositores portugueses e com a passagem do agrupamento por diferentes festivais.


Na temporada de 2023/24, a música de Clara Iannotta assumiu um papel de destaque, figurando na maioria dos concertos do grupo. Talvez com ainda maior presença de compositores portugueses, a temporada de 2024/25 é marcada pela gravação e publicação do primeiro álbum discográfico do grupo, mas também pela comemoração do 150º aniversário do nascimento de Arnold Schönberg (1874 – 1951) – o ars ad hoc e a soprano Ana Caseiro interpretam Pierrot Lunaire [1912] – e um estudo mais aprofundado da música de Oscar Bianchi (1975).

©André Delhaye / Serralves 2021
©Sérgio Claro, Leiria 2023
©André Delhaye / Serralves 2021

Apesar de ter já realizado mais de uma dezena de estreias absolutas e outras tantas primeiras audições portuguesas, o ars ad hoc pretende afirmar-se pela qualidade do trabalho que desenvolve, privilegiando a profundidade das suas interpretações em detrimento do número de obras ou compositores tocados, procurando, sempre que possível, desenvolver uma relação de proximidade com os compositores na exploração das obras.

Museu Francisco Tavares Proença Junior ©FF 2021

No ars ad hoc têm colaborado músicos ainda jovens que, depois de se terem notabilizado em Portugal, complementaram os seus estudos no estrangeiro, como o flautista Ricardo Carvalho (Aveiro, 1999), o clarinetista Horácio Ferreira (Pinheiro de Ázere, 1988), os violinistas Diogo Coelho (Porto, 1988) e Matilde Loureiro (Lisboa, 1994), os violetistas Ricardo Gaspar (Lisboa, 1991) e Francisco Lourenço (Lisboa, 1997), o violoncelista Gonçalo Lélis (Aveiro, 1995) e o pianista João Casimiro de Almeida (Cabeceiras de Basto, 1994).