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Fevereiro em estreias e revisitações

O mês mais curto do ano começou no Museu de Aveiro / Santa Joana, na companhia de Paula Urbano Antunes. José António Christo levou-nos a observar um retrato da Princesa Santa Joana, associando ambas à caridade.
A escolha musical de Paula Urbano Antunes recaiu sobre o sempre eficaz Canon de Pachelbel A Arte no Tempo deu a escutar parte de Latitudes, da croata Sara Glojnarić (1991), antecipando o recital de 16 de Maio (Teatro Aveirense, com o pianista João Casimiro Almeida).

Seguiu-se a revelação de novo episódio do podcast Vortex Temporum, que, contrariamente ao anunciado, não foi ainda de Clara Iannotta, mas sim de Leigh Landy (1951) – compositor que marcará presença na bienal Aveiro_Síntese 2024 – seguindo-se, na segunda quinzena, Alejandro Viñao (1951): dois episódios muito interessantes e bem distintos entre si.

A música ao vivo chegou ainda na primeira quinzena: primeiro com o espectáculo ‘radiografia‘ (Amadora, a 8 de Fevereiro e Tomar, a 10), depois com o agrupamento convidado asamisimasa, que se apresentou no Teatro Aveirense (16 de Fevereiro) e, por fim, com o ars ad hoc, no Auditório de Serralves (no dia 18) e no Teatro Narciso Ferreira (no dia 25).

Pela primeira vez em Portugal, o asamisimasa trouxe a Aveiro um programa bastante diverso, com obras do norueguês Øyvind Torvund (1976), da croata Mirela Ivičević (1980), da norte-americana Michelle Lou (1975) – todas elas em estreia nacional – e a estreia absoluta de Is the timer set? [2024], uma encomenda da Arte no Tempo a de Solange Azevedo (1995).

Dois dias depois, o ars ad hoc dava mais um concerto, também exclusivamente dedicado a repertório contemporâneo e com obras muito diversas, de Clara Iannotta (1983) – a compositora em destaque na presente temporada, Beat Furrer (1954) – em destaque na primeira temporada, Luís Antunes Pena (1973) – em destaque na segunda, e duas estreias: a primeira audição absoluta da nova obra para violino, violoncelo, piano e instalação artística de João Moreira (2004) com Maria Silveira, e a primeira incursão do ars ad hoc pelo universo de António Chagas Rosa (1960), através da sua Música de Cena para Santo Antão [2012].

No domingo, passado, dia 25, não houve estreia de obras, mas sim a estreia do ars ad hoc em Riba d’Ave. Com o apoio do Banco BPI e da Fundação ‘la Caixa’, mas também da Casa das Artes de Famalicão, o ars ad hoc realizou o primeiro de 2 concertos no Teatro Narciso Ferreira, com que, em 2024, combinará obras ‘clássicas’ com música contemporânea. Neste primeiro concerto, as obras mais recentes foram de Clara Iannotta e Carlos Lopes (1995), enquanto os clássicos nos chegaram do modernismo: duas transcrições para quinteto pierrot do Prélude à l’après-midi d’un faune, de Debussy (por Tim Mulleman) e de Trois Danses de Pétrouchka, de Stravinsky (pelo flautista do ars ad hoc, Ricardo Carvalho).

[29.02.2024]