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Junho: fim de ciclo

O mês de Junho correspondeu à conclusão de alguns projectos. Logo no início, fechou-se a temporada das sessões Que música ouvimos? com um generoso convidado que, além de música, partilhou um pouco do seu percurso recheado de iniciativas de cariz social – João José Barbosa.

Também fechámos a primeira ronda de sessões de formação com João Pais, em Click Tracker, a poderosa ferramenta que auxilia compositores e intérpretes no seu trabalho de preparação e performance musical.

Já no dia 24, o ars ad hoc foi calorosamente recebido no Museu Francisco Tavares Proença Junior, em Castelo Branco, com o mesmo programa de música francesa que levara ao Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu – a genial Talea, de Gérard Grisey (1946-1998) e duas obras de Claude Debussy, o Quarteto de cordas em sol menor [1893] e um arranjo de Tim Mulleman do Prélude à l’après midi d’un faune [1894].

Outro importante processo foi concluído este domingo, com a apresentação do trabalho desenvolvido com a Escola Básica de Alumieira no âmbito do projecto do Coro dos Pequenos Cidadãos – cantar a cidadania. Na prática com contornos algo diferentes dos previstos, tendo em conta a situação pandémica, a iniciativa foi concebida como um projecto de educação para a cidadania através da música, em associação com outras expressões e foi possível graças ao apoio financeiro decorrente de uma candidatura ao programa Cidadãos Ativ@s (Eixo 1 – Fortalecer a cultura democrática e a consciência cívica), componente dos EEA Grants, especificamente destinada a apoiar ONG, em Portugal gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto.

A criação de obras para coro infanto-juvenil tem vindo a afirmar-se como uma das estratégias da Arte no Tempo na promoção da prática de nova música junto das camadas mais jovens. A vontade de trabalhar com a compositora Mariana Vieira num novo projecto para coro infantil e electrónica que explorasse temáticas de cidadania encontrou no Programa Cidadãos Ativ@s uma oportunidade de materialização, estendendo a já habitual colaboração com a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro à inclusão de um grupo alargado de crianças que não seguem, na sua maioria e em conjunto, uma educação musical formal, através de uma nova parceria com o Agrupamento de Escolas de Esgueira. A desejada junção de crianças da Escola Básica da Alumieira com as do Conservatório de Música de Aveiro não chegou a verificar-se, dadas as muitas limitações impostas pelo esforço de contenção da pandemia, mas o trabalho desenvolvido com os pequenos cidadãos do Agrupamento de Escolas de Esgueira fica disponível, sob a forma de partitura musical, como motor para a exploração das mesmas temáticas por muitas outras crianças.

A estreia da versão integral da obra fica prevista para a edição de 2022 da bienal Aveiro_Síntese, com a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro, no Teatro Aveirense. 

O Coro dos Pequenos Cidadãos – cantar a cidadania foi um projecto de educação para a cidadania através da música e em associação com outras expressões, desenvolvido com o apoio financeiro decorrente de uma candidatura ao programa Cidadãos Ativ@s (Eixo 1 – Fortalecer a cultura democrática e a consciência cívica), componente dos EEA Grants especificamente destinada a apoiar as Organizações Não Governamentais, em Portugal gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto.

A Arte no Tempo agradece a todos os que contribuíram para a concretização deste pequeno sonho, realçando o envolvimento das instituições parceiras – o Agrupamento de Escolas de Esgueira e Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro – e dos seus directores, Dra Helena Libório e Dr Carlos Marques; o acompanhamento prestado pela Fundação Calouste Gulbenkian, em especial pela Dra Ana Teresa Graça Santos, e a Fundação Bissaya Barreto; o inestimável impulso para a criação do projecto dado pela Ângela Fernandes; a cumplicidade dos professores da Escola Básica de Alumieira – Maria Adelaide Alves, Filipe Bandeira, Cristina Maria Póvoa, Maria de La Salete Andrade, Maria Goreti Rocha, da coordenada do 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Esgueira, Dra Maria Teresa Pires; a disponibilidade e aconselhamento do Professor João Carlos Soares, da Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro; a cumplicidade máxima das pessoas que trabalharam semanalmente com os pequenos cidadãos, Tânia Sardinha e Matilde Andrade; a partilha musical da compositora Mariana Vieira e a generosidade da D. Amélia. Agradece também à instituição que tem sido o suporte da maioria das acções da associação, a Câmara Municipal de Aveiro.

[28.Junho.2021]