Agostino Di Scipio (Nápoles, 1962), compositor, artista sonoro e académico, estudou Composição e Música Electrónica no Conservatório de L’Aquila. Foi nomeado Doutor em Investigação na Universidade Paris VIII (EDESTA, Ecole Doctorale Esthétique Sciences et Technologies des Arts), onde apresentou um trabalho de investigação pela prática sobre a noção de “liveness” na performance mediatizada e na electrónica ao vivo. Enquanto compositor, trabalha em diversos meios (música por computador, música de câmara, electrónica ao vivo e instalações sonoras). No âmago do seu trabalho encontramos métodos experimentais de geração e transmissão de som, materializando frequentemente redes de interacções sonoras homem-máquina-ambiente. Tem sido artista residente em diversas instituições um pouco por todo o mundo, incluindo no Berlin DAAD Künstlerprogramm (2004-2005). Alguma da sua música está publicada em etiquetas como RZ Edition, Neos Records, Chrysopeé Electronique, Wergo, Neuma, Stradivarius e Die Schachtel. Em 2011, a Galerie Mazzoli, em Berlim, dedicou-lhe uma exposição monográfica de instalações sonoras. Com o pianista Ciro Longobardi, publicou uma realização em grande escala da Música Electrónica para Piano de John Cage (Bienal de Veneza 2012, disponível na Stradivarius). Com o saxofonista e agitador político Mario Gabola, formou o Upset duo, explorando circuitos analógicos reciclados. Com Dario Sanfilippo formou o projecto Machine Milieu, que explora dinâmicas de caos e comportamento autónomo em sistemas multiagentes (Toxo Records). A sua produção inclui ainda duas obras de grande escala de teatro musical de câmara, com leitura de poesia e electrónica: Tiresia (com o poeta Giuliano Mesa) e Sound & Fury (baseado em excertos de A Tempestade de Shakespeare). Entre os diversos estudos e retrospectivas sobre a sua obra encontra-se um número especial da Contemporary Music Review (2014) e o volume colectivo Polveri sonore. Una prospettiva ecosistemica della composizione (La Camera Verde, Roma, 2013).
Enquanto académico e investigador, Di Scipio leccionou sobre questões de história, análise e política das tecnologias do som e da música e publicou extensivamente sobre assuntos relacionados – como a monografia Pensare le tecnologie del suono e della musica (Editoriale Scientifica, 2013) e, mais recentemente, Circuiti del tempo. Un percorso storico-critico sulla creatività musicale elettroacustica e informatica (LIM 2020).
Foi professor a tempo inteiro de Composição Electroacústica no Conservatório de Nápoles (2001-2013), exercendo actualmente a mesma função em L’Aquila. Foi Professor Edgard Varèse na Technische Universität em Berlim (2007-2008), professor visitante na Universidade de Illinois Urbana-Champaign (2004), CCMIX (Paris, 2001-2007) e várias outras instituições. Integrou diversos projectos de investigação na Universidade Paris 8, IEM-TU Graz e ICST-ZHDK Zürich a.o. Foi editor convidado do Journal of New Music Research para um número especial sobre Iannis Xenakis (2002), sendo ainda editor de diversas outras publicações, incluindo Universi del suono (LIM, 2003), de Xenakis, Genesi e forma (Semar, 1995), de Gottfried Michael Koenig, e Heidegger, Holderlin & John Cage (Semar 2000), de Michael Eldred.
[última actualização: Agosto 2024]