Nasceu em Vila Nova de Gaia, em 1951. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras do Porto e tem o Curso Superior de Piano do Conservatório de Música da mesma cidade. Diplomou-se em Composição no Conservatório de Roterdão em 1990, onde estudou 3 anos com o compositor Klaas de Vries, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi condecorado pelo Presidente da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 1995.
É professor de Composição na Escola Superior de Música de Lisboa desde 1991. Foi assessor na Fundação de Serralves entre 1994 e 2000. Trabalhou no Centro Cultural de Belém, entre 1996 e 1998.
Desde 1974, toca jazz e música improvisada com músicos como Kenny Wheeler, Steve Potts, Paolo Fresu, Arild Andersen, Jon Christensen, e Adam Rudolph. Com o seu grupo de jazz apresentou-se em Espanha, França, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Reino Unido, ex-Jugoslávia, Estados Unidos, Cabo Verde, África do Sul e Macau. Gravou seis discos: “Outros Lugares” (1983), “Cores e Aromas” (1985), “As Folhas Novas Mudam de Cor” (1987), “Os Jogos do Mundo” (1989), “Selos e Borboletas” (1991), “A Luz e a Escuridão” (1996), com Maria João e José Nogueira, e em 1998 a colectânea As Mãos. Recebeu por três vezes o Prémio de Imprensa Sete de Ouro para o melhor disco instrumental do ano.
António Pinho Vargas compõe também música para teatro, dança e cinema, nomeadamente para dois filmes de João Botelho: “Tempos Difíceis” (1988) – Prémio I.P.C. para a melhor música de Cinema – e “Aqui na Terra” (1993); “Cinco Dias, Cinco Noites” (1996), de José Fonseca e Costa, Prémio da melhor música de Cinema do Festival de Gramado (Brasil); para as peças de William Shakespeare “Hamlet” (1987) e “Ricardo II” (1995), encenadas por Carlos Avilez; e para a coreografia de Paula Massano “A Bailarina e o Mar” (1990).
Frequentou cursos e seminários de composição com Emmanuel Nunes, Jorge Peixinho e Álvaro Salazar em Portugal, John Cage, Louis Andriessen e Harrisson Birtwistle na Holanda, Gyorgy Ligeti na Hungria e Franco Donatoni em Itália. Algumas das suas obras foram executadas em França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Polónia, Hungria, Suécia e Colômbia.
A sua primeira composição data de 1983 e, entre outras, destacam-se: Três Fragmentos para clarinete solo, estreada por António Saiote em 1988; Geometral, estreada pela Orquestra Gulbenkian, dirigida por Michel Tabachnik nos Encontros de Música Contemporânea de 1989; Mirrors, para piano solo, editada pela Musicoteca como primeira obra da colecção XX-XXI de música contemporânea portuguesa, estreada em Amsterdão, em 1990, por Paul Prenen e mais tarde tocada por Ronald Brautigam, Francisco Monteiro, Tania Achot entre outros; Estudo\Figura premiada no IV concurso de composição da Oficina Musical em 1991, estreada, no mesmo ano, em Amsterdão, sob a direcção de Arie Van Beck, e em Portugal pela Oficina Musical, dirigida por Álvaro Salazar, e apresentada em França pelo Ensemble Orchestral Contemporain, dirigido por Daniel Kawka. Escreveu, em 1991, Poetica dell’estinzione, para flauta e quarteto de cordas estreada pela Oficina Musical, em 1992 Explicit Drama, para orquestra e solistas de jazz – encomenda da Comissão das Descobertas Portuguesas, e Mechanical String Toys, encomenda da Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Miguel Graça Moura. Escreveu “Monodia” – Quasi un Requiem, para quarteto de cordas, encomenda da Camâra Municipal do Porto, estreada pelo grupo Musik Fabrik de Estugarda, durante as II Jornadas de Arte Contemporânea do Porto, em 1993; Três Quadros para Almada, para dez instrumentos, encomenda da Escola Profissional de Música de Almada, tocado em França pelo Ensemble Orchestral Contemporaine e em Frankfurt por solistas da Orquestra Sinfónica Portuguesa; Nocturno\Diurno, para sexteto de cordas L´Artois de Lille, estreada em Novembro de 1994, em Portugal e França.
Foi editado pela EMI Classics o CD “Monodia”, com algumas destas obras, com o apoio de Lisboa 94, Capital Europeia da Cultura.
Mais recentemente, compôs Nove Canções de António Ramos Rosa, para canto e piano, encomenda dos Encontros de Primavera de Guimarães, em 1995. Escreveu a ópera de câmara Édipo – Tragédia do Saber, a partir de textos de Pedro Paixão, encomenda da Culturgest, estreada em 1996 na Culturgest e no Teatro Rivoli sob a direcção de João Paulo Santos; Três Versos de Caeiro, para 12 instrumentos, encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian, estreada pelo Ensemble Nuova Sincronia, dirigido por Renato Rivolta. Em 1998, no dia 25 de Abril, foi estreada a ópera Os Dias Levantados, para solistas, o coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direcção de João Paulo Santos, encomenda da Expo 98 para comemoração da Revolução dos Cravos; e Acting-Out, para piano, percussão e orquestra, no Festival de Músicas Contemporâneas de Lisboa. Participa no International Music Theatre Workshop na Oper-am-Rhein, em Düsseldorf, com a apresentação video de Os Dias Levantados e no Festival Other Minds organizado por Charles AmirKhanian em S. Francisco, USA em Março de 1999.
O quarteto de cordas “Monodia” -Quasi un Requiem foi tocado recentemente pelo Artis Quartet de Viena, e foi editado em CD pelo Arditti String Quartet.
Em Dezembro de 1999 concluiu a obra A Impaciência de Mahler, quatro peças para orquestra, encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian, estreado durante o ano de 2000.
Em Novembro de 2000 estrearam as peças Sete Canções de Albano Martins, para canto e piano, e Estudos e Interlúdios, para 6 percussionistas.
[http://www.antoniopinhovargas.com/]
(última actualização: Dezembro de 2001)