Samir Odeh-Tamimi (Jaljulia – Tel-Aviv, 1970) desenvolveu uma distinta linguagem musical, que parte do seu profundo envolvimento tanto com a música ocidental contemporânea como com a prática instrumental árabe. Inspirado pela música clássica europeia e pelas estéticas da Nova Música, o compositor foi para a Alemanha aos vinte e dois anos de idade, para estudar Musicologia e Composição. Ao mesmo tempo que se envolvia com modelos composicionais como os de Giacinto Scelsi e Iannis Xenakis, Odeh-Tamimi também se apaziguava com a cultura musical do seu país natal.
As obras de Samir Odeh-Tamimi são frequentemente apresentadas em reconhecidos festivais e salas de concerto por toda a Europa, algumas das quais resultantes de encomendas da Deutschlandfunk, Saarländischer Rundfunk, Donaueschinger Musiktagen, do European Center for the Arts Hellerau, WDR e da Bayerischer Rundfunk / musica viva. Em 2010, a sua peça de teatro-música Leila und Madschnun teve estreia absoluta na Ruhrtriennale em Bochum. Enquanto parte do projecto into Istanbul, iniciado pelo Ensemble Modern e pelo Siemens Arts Program, em cooperação com o Goethe-Institut, compôs para o Ensemble Modern, em 2008, inspirado pela sua estadia na metrópole turca. Mais recentemente, Samir Odeh-Tamimi tem também trabalhado em estreita colaboração com o Trio Boulanger e os Neue Vocalsolisten Sttugart. Os cantores têm viajado para a terra natal do compositor, para a casa de seus pais, perto de Tel Aviv, para descobrir as suas raízes musicais na preparação para a nova obra que será estreada no festival Eclat de Estugarda.
A sua oratória Hinter der Mauer (Atrás do muro) foi encomendada pelo RIAS Kammerchor para assinalar o 20º aniversário da reunificação alemã. Após a sua estreia absoluta em Berlim, a obra foi apresentada em Jerusalém e Dresden.
O concerto do aniversário da SWR, por ocasião dos 500 anos da Reforma, incluiu a estreia absoluta de Gidim, uma obra para orquestra e electrónica que aborda rituais fúnebres da Suméria. Em Outubro de 2018, a Orquestra de Câmara de Estugarda estreou o seu concerto para viola Šamaš, cujo título provém do deus do sol da mitologia babilónica. Em 2016, o Klarafestival, de Bruxelas, encomendou-lhe uma obra como parte da versão encenada de Pierre Audi da Paixão Segundo S. João, de Bach. O intermezzo L’Apocalypse Arabe I, interpretado entre as duas partes da Paixão, é baseado em textos do poeta libanês Etel Adnan e foi também interpretado em 2017, no Muziekgebouw Amsterdam, e, em 2018, na Ópera de Rouen. Samir Odeh-Tamimi está agora a aumentar essa peça para um obra de teatro musical inteira, que terá a sua estreia absoluta em 2021, no Festival d’Aix-en-Provence.
Inspirada pela tragédia de Sófocles, assim como pelos escritos de André Gide e Heiner Müller, a peça de teatro musical Philoktet está a ser desenvolvido para o Neue Vocalsolisten e o Zafraan Ensemble. Durante o Verão de 2019, Samir Odeh-Tamimi esteve em residência na Kulturaka demie Tarabya, em Istambul, tendo iniciado a temporada de 2019/20 com a estreia absoluta de TIMNA, encomenda da SWR para coro, percussão, flauta, viola, violoncelo e contrabaixo, para o ECLAT Festival. Segue-se o projecto colaborativo de teatro musical que será estreado em Maio de 2020, na bienal de Munique. Em Abril de 2020, a Orquestra Sinfónica da Rádio de Frankfurt interpretará a sua obra Rituale (2008), que na temporada passada foi interpretada pela Orquestra Sinfónica Alemã de Berlim, no Ultraschall Berlin Festival.
Em cooperação com a RBB e a Kairos, o ensemble Zafraan lançou recentemente o seu aclamado CD monográfico com obras de música de câmara. A sua música encontra-se ainda registada pela WERGO, entre outras editoras. Samir Odeh-Tamimi é membro da Academia de Artes de Berlim, desde 2016, ano em que recebeu um prémio da GEMA.
(última actualização: Janeiro 2020)