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Jonathan Harvey

Jonathan Harvey (Sutton Coldfield, 1939 – Lewes, 2012) foi o mais interessante compositor britânico do século XX. Coralista no St. Michael’s College, Tenbury (1948-52), aluno em Repton (1952-57), acabou o curso de música na Faculdade de St. John, Cambridge. Fez o doutoramento nas universidades de Glasgow e Cambridge, estudando também particularmente (a conselho de Benjamim Britten) com Erwin Stein e Hans Keller, que o aproximaram da escola de Schoenberg. Nos anos sessenta compôs livremente sob diversas influências. Durante o seu período de Harkness Fellow em Princeton (1969-70), contactou com Milton Babbitt. Findo o curso de Princeton, o compositor estava já seguro dos seus objectivos musicais, no que à profundidade estrutural respeitava– resultado imediato do seu trabalho em análise schenkeriana.
O seu contacto com Stockhausen foi decisivo no que toca à sua orientação em técnicas de estúdio, comungando da sua perspectiva de que as técnicas electrónicas permitiam transcender os limites físicos das fontes sonoras tradicionais. Da sua afinidade com Stockhausen (que tal como Harvey procurou empreender uma aproximação entre o racional/científico e o místico/intuitivo), nasceu uma monografia que, em 1975, publicou sobre o compositor alemão. Cobrindo géneros diversos (de música de câmara a ópera), compôs obras incontornáveis como Mortuos Plango, vivos voco (electrónica sobre suporte, 1980), Madonna of Winter and Spring (orquestra e electrónica, 1986), Tombeau de Messiaen (piano e electrónica, 1994, interpretados nos Reencontros 1997) Death of Light, Light of Death (quinteto, 1998) e Quarteto de Cordas nº 4 com electrónica ao vivo (2003).
A convite de Pierre Boulez, trabalhou no IRCAM a partir do início dos anos 80, onde empreendeu um importante trabalho de pesquisa sobre o som.
Entre 2005 e 2008, foi compositor em residência na Orquestra Sinfónica Escocesa da BBC, tendo nesse âmbito composto Body Mandala, …towards a pure land e Speakings.
Doutor Honoris Causa pelas universidades de Southampton, Sussex, Bristol e Huddersfield, Harvey foi professor nas Universidade de Sussex (1977-1993; posteriormente, professor honorário) e Stanford (1995-2000), professor convidado no Imperial College de Londres e membro honorário do St. John’s College de Cambridge.
Foram-lhe atribuídos prestigiados prémios, como Britten (1993), Giga-Hertz (2007) e Príncipe do Mónaco, tendo sido o primeiro compositor britânico a receber o Grande Prémio Charles Cros. Por altura do seu septuagésimo aniversário, a sua música foi celebrada um por todo o mundo ocidental. As suas obras continuam a ser amplamente divulgadas, figurando no programa dos mais importantes festivais de música contemporânea, na interpretação dos mais prestigiados agrupamentos.