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Riccardo Nova (Milão, 1960) estudou simultaneamente flauta e composição no Conservatório G. Verdi de Milão, com Giuliano Zosi e Giacomo Manzoni, respectivamente. Prosseguiu estudos avançados com Franco Donatoni em Milão e na Accademia Chigiana de Siena, onde obteve um diploma de mérito em 1989.
Tem trabalhado com os principais agrupamentos europeus, tais como Ictus Ensemble, Ensemble Moderne, Ensemble Intercontemporain, Arditti string quartet, Ensemble L’Itinéraire, Neue Vocalsolisten Stuttgart, Ensemble Musiques Nouvelle, Alter Ego, Icarus Ensemble, Quintetto Bibiena e Ensemble MusikFabrik, entre outros. A sua música tem sido apresentada em importantes salas e séries de concertos, incluindo Ars Musica (Bruxelas), Wien Modern, Présences (Radio France), Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Festival Archipel (Genebra), Festival Agora (Paris), Tokyo New Music Festival, a temporada de música do IRCAM (Paris), Milano Musica, Società del Quartetto em Milão, Bienal de Veneza, Festival Ultrashall (Berlim), ECLAT (Estugarda), Festival REC em Reggio Emilia (Itália) e o Festival NOW! em Essen, entre vários outros.
Desde o início dos anos 90, após ter terminado os seus estudos académicos, tem passado longas temporadas na Índia, onde estudou música do sul do país e, em particular, percussão (Mridangam) com M. T. Raja Kesari (antigo aluno de K. R. Mani, de Madras) e Tavil com Raj Kumar (Tavil é um instrumento de percussão normalmente tocado em templos e festas religiosas). Durante este período, começou a colaborar com um pequeno grupo de músicos do sul da Índia, de Bangalore, em particular com BC Manjunath (Mridangam e Konokol), Sri Hari Rangaswami (Canjira e Tavil), Guru Prasanna (canjira). No final desse longo período de aprendizagem da música e cultura indianas, realizou, em 2003, East aka West, co-produzido pelos Neue Vocalsolisten Stuttgart e pelo ICARUS ensemble (Reggio Emilia), obra que foi estreada em Estugarda, nesse mesmo ano. Desde então, tem composto a música para vários projectos, incluindo músicos do sul da Índia em conjuntos ocidentais, desenvolvendo ao longo dos anos um sistema híbrido de notação para os músicos indianos, empurrando-os para o território para eles desconhecido da música totalmente composta e escrita. Durante estes anos, desenvolveu também um profundo interesse pelo sânscrito védico e clássico e, em particular, pelo chandahshastra (ciência métrica), que também é considerado na origem da teoria musical. Desde 2016, ensina regularmente a recitação védica na FNEY (Fédération nationale des enseignants de Yoga, criada em 1967).
Compôs a música para Ma, a produção mundialmente aclamada do jovem coreógrafo asiático/britânico Akram Khan. Desde a sua estreia em Singapura, em Maio de 2004, Ma teve mais de 150 apresentações em todos os teatros mais importantes do mundo (Sydney Opera House, Queen Elizabeth Hall, Théatre de la Ville, etc.). Em 2006, compôs a música para Portopalo: nomi su tombe senza corpi, um Requiem teatral dedicado à memória das 276 vítimas da tragédia de Portopalo. Em 2010, compôs PRIMES para 4 músicos do sul da Índia e o ensemble ICTUS (estreia na Ópera de Lille).
Várias das suas obras de câmara e obras para percussão, reflexo dos seus estudos sobre polirritmia, foram gravadas em dois CDs para a editora Stradivarius, em interpretações respectivamente do Caput Ensemble de Reiquiavique e do Symbola Percussion Ensemble. A sua composição Ma’s sequence 7 (trompete, 2 percussionistas carnáticos e 1 percussionista ocidental) foi gravada para a Karnatic Lab Records. Eleven 420:11@destruction generating deity foi gravada para a Impossible Records. Em 2006 compôs a trilogia Thirteen/13×8@terror generating deity, que terminou numa obra para sete solistas (Alter Ego&DGD), dois músicos Techno (Pan Sonic de Helsínquia) e orquestra, uma co-produção da Orchestra RAI Turim e Ictus Ensemble de Bruxelas. Ainda em 2006, foi compositor residente no festival REC (Reggio Emilia), sendo o evento final um concerto para três agrupamentos e dois percussionistas sul-indianos.
Thirteen 13×8@terror generating deity (the ultimate reality) foi selecionada na International Rostrum of Composers de 2007. No âmbito do festival Ultraschall 2009, o Quarteto Arditti e o Neue Vocalsolisten Stuttgart estrearam Seventeen Mantras of Victory, obra encomendada pela Deutschlandradio Kultur.
Um concerto dedicado à última produção de Riccardo Nova foi realizado pelo Ictus ensemble por ocasião da 17ª edição da Milano Musica (2008). Para a companhia de bailado da Accademia della Scala compôs o bailado Ipnos (2 músicos do sul da Índia, pequeno agrupamento e electrónica), sobre uma coreografia de Davide Bombana que, após a sua estreia em Milão (Piccolo Teatro Strehler, 2008), esteve em digressão na Índia (Mumbai e Nova Deli) por ocasião do 150º aniversário da união nacional italiana. Compôs a música para a vídeo-ópera Nineteen Mantras, baseada em 19 mantras tradicionais do yajur veda (apresentada em Roma, em Janeiro de 2012), para a qual colaborou com o realizador Giorgio Barberio Corsetti e a coreógrafa e bailarina Shantala Shivalingappa, assim como com 4 músicos sul-indianos e o conjunto PMCE. Em 2012, no festival deSingel em Antuérpia, o Blindman Octet apresentou a estreia mundial do seu Ottetto, para 4 saxofones e 4 percussionistas.
Em 2013 compôs Harivamsha Compendium para a Orchestra della Toscana (Florença teatro Verdi, festival PLAYIT). Um ano depois, por ocasião do 10º aniversário da morte do seu amigo compositor Fausto Romitelli, compôs Yagé Howl para grande ensemble e electrónica. Ainda em 2014, a FAD (Fundação Alain Danielou) atribuiu-lhe uma bolsa de três anos que lhe permitiu dedicar-se à composição do projecto de ópera Mahabharata. É neste período que Riccardo Nova conhece VarijaShree Venugopal, que é actualmente um dos principais artistas indianos com quem colabora. Em 2018, a Philarmonie Essen encomendou uma versão não encenada do projecto de ópera Mahabharata para um grande conjunto, três músicos do sul da Índia e electrónica, que foi estreada pelo Ensemble MusikFabrik, com VarijaShree Venugopal, BC Manjunath e Guru Prasanna, e dirigida por Peter Rundel, em Outubro de 2022.
A música de Riccardo Nova é editada pela Casa Ricordi e pela Suvini Zerboni.
[última actualização: Dezembro 2024]