Menu Fechar

Clotilde Rosa

© Bruno Nacarato / Atelier de Composição

Clotilde Rosa (Lisboa, 11. Maio. 1930 – 24. Novembro. 2017), compositora e harpista, estudou no Conservatório Nacional de Lisboa, onde, depois de completar o curso de piano, começou a aprender harpa, instrumento de que faria carreira. Com bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e do governo holandês, prosseguiu estudos em harpa particularmente, com Phia Berghout, em Amesterdão.
Desde cedo colaboradora assídua de Jorge Peixinho, integrou, desde a sua formação, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Foi professora, primeiramente de Análise e Técnicas de Composição, depois de Harpa, na mesma instituição em que se formou, sendo a responsável da introdução, pela primeira vez em Portugal, da música contemporânea no programa curricular desse instrumento. Incentivada por Jorge Peixinho, inicia trabalho em composição, colaborando na obra colectiva In-con-subsequência.
Desde 1976, em que escreve a sua obra Encontro, assume-se como compositora. Nas suas próprias palavras, Clotilde Rosa diz: “Iniciei o meu trabalho de composição com uma linguagem não serial, utilizando acordes não consonantes, fragmentos melódicos e clusters. Fui seguindo com séries de doze sons, séries de harmónicos e outros materiais, empregando, embora sem rigidez, as técnicas do serialismo como meio de disciplina. Criei três acordes de quatro sons perfazendo, também deste modo, o total dos doze sons, empregando-os frequentemente de forma a constituir uma harmonia que se tornou peculiar ao longo da minha produção. Concebi pequenas células, muitas delas de apenas dois ou três sons que fui ramificando e aumentando em estilo imitativo. Como motor de desenvolvimento estrutural utilizei quase sempre as técnicas seriais. Muitas das minhas obras têm sido trabalhadas de forma contrapontística. Também tenho elaborado texturas, como um tecido musical, sobre o qual outros elementos vão aparecendo. O minimalismo repetitivo está presente em algumas das minhas obras que têm fragmentos aleatórios. Actualmente não obedeço a nenhum código estabelecido, utilizando de uma forma livre uma simbiose de todas as técnicas que usei anteriormente.”