Nascido em Nancy, em 1910, e conhecido como o pai da música concreta, Pierre Schaeffer é também escritor e pioneiro da rádio, particularmente enquanto fundador do serviço de pesquisa da ORTF (Office de Radiodiffusion Télévision Française), que dirige entre 1960 e 1975.
Sendo investigador, deu origem a uma reflexão sobre a comunicação audiovisual e, sobretudo, sobre a música; nesta medida, a sua obra teórica é tão importante como a sua obra musical, relativamente reduzida.
Em 1944 cria um estúdio consagrado à experimentação radiofónica, onde nascerá a música concrecta.
Junto com Pierre Henry, que se tornará o seu colaborador mais próximo, escreves numerosas obras, nomeadamente a Symphonie pour un homme seul (1949-50).
Em 1951, cria o Groupe de musique concrète, que em 1958 se torna Groupe de recherches musicales (GRM), laboratório em que realizará todas as experiências para chegar à formulação de questões a priori já evidentes, como a música, a escuta, o timbre, o som…, mais tarde sistematizadas no Tratado dos objectos sonoros (1966).
Deixa a direcção do GRM a cargo de François Bayle e dedica-se ao serviço de investigação, que cria em 1960 [até à sua substituição pelo INA (Institut National de l’Audiovisuel), em 1975]. Não abandonando a investigação, dirigindo um Seminário de música experimental no Conservatório, a partir de 1968.
Em 1960 deixa de compor, defendendo que a música necessita mais de investigadores do que de autores, e dedica-se à elaboração da sua obra Tratado dos objectos musicais.