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Pierre Boulez

Pierre Boulez (Montbrison, 26. Março. 1925 – Baden-Baden, 5. Janeiro. 2016) estudou matemáticas especiais, voltando-se para a música em 1942, ano em que se instala em Paris. Dois anos mais tarde será admitido na classe de harmonia de Olivier Messiaen, no Conservatório de Paris. Seguidamente, Andrée Vaurabourg ensinar-lhe-á contraponto, Messiaen a composição e René Leibowitz a técnica dodecafónica.
Em 1946, nomeado director da música de cena da companhia Renaud-Barrault, escreve a Sonatina para flauta e piano, a Primeira Sonata para piano e a primeira versão de Visage nuptial, para soprano, viola e orquestra de câmara, sobre poemas de René Char. Desde então, a sua carreira  de compositor afirma-se.
Em 1953 nascem os Concerts du Petit Marigny que no ano seguinte passariam a designar-se Domaine Musical, cuja direcção Boulez assumirá até 1967.
Em 1966, a convite de Wieland Wagner, dirige Parsifal em Bayreuth e, seguidamente, Tristão e Isolda, no Japão.
Em 1969, Boulez dirige pela primeira vez a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, cuja direcção tomará a seu cargo de 1971 a 1977, sucedendo a Leonard Bernstein.
Paralelamente, é nomeado chefe permanente da Orquestra Sinfónica da BBC, em Londres, função que assumirá entre 1971 e 1975.
A pedido do presidente George Pompidou, Pierre Boulez aceita fundar e dirigir o lnstitut de recherche et coordination acoustique/musique (IRCAM), que abrirá as suas portas no Outono de 1977.
Em 1975, Michel Guy, Secretário de Estado dos assuntos Culturais, anuncia a criação do Ensemble Intercontemporain (EIC) cuja presidência é confiada a Pierre Boulez.
Em 1976, Boulez é convidado a dirigir a Tetralogia de Wagner em Bayreuth, numa encenação de Patrice Chéreau, para a comemoração do centenário do Ring. Cinco anos mais tarde, dirigirá a mesma produção que será depois gravada em disco e em vídeo.
Nomeado professor do Collège de France em 1976, é também autor de numerosos escritos sobre música.
Em 1979 dirige a estreia mundial da versão integral de Lulu, de Alban Berg, na Ópera de Paris.
Paralelamente, Pierre Boulez associa-se a outros importantes projectos para a divulgação da música, tais como a criação da Ópera da Bastilha e La Cité de la musique, na Villette.
Em 1988, realiza uma série de seis emissões televisivas intituladas Boulez XXe Siècle.  No âmbito do Festival d’Avignon, dirige Répons e é o compositor convidado do Centre Acanthes, em Villeneuve-lès-Avignon, onde orienta uma série de cursos de Direcção de Orquestra.
Em 1992, Pierre Boulez decide abandonar a Direcção do IRCAM para se dedicar à direcção de orquestra e à composição. Assina um contrato de exclusividade com a Deutsche Grammophon e continua a sua grandiosa discografia com as maiores orquestras. Em Agosto do mesmo ano, o festival de Salzburg consagra-lhe um programa exaustivo que inclui concertos com o Ensemble Intercontemporain e o IRCAM, tal como formações  sinfónicas.
Convidado regularmente pelos festivais de Salzburg, Berlim e Edimburgo, o ano do seu septuagésimo aniversário é marcado por um ciclo de concertos para a inauguração da Cité de la musique, uma grande tournée mundial com a London Symphony Orchestra (Londres, Paris, Nova Iorque, Tóquio), uma série de concertos no Japão com quatro orquestras diferentes e a produção de Moisés e Aarão na Ópera de Amesterdão, com encenação de Peter Stein.
As suas principais obras realizadas no IRCAM são Répons (1981-1988), para seis solistas, ensemble e computador, estreada na sua versão final por ocasião do Festival d’Avignon, em 1988; Dialogue de l’ombre double (1985), para clarinete, fita magnética e dispositivo de espacialização e …explosante-fixe…, para flautas, ensemble e computador (1991 – 1995).
Envolvido, desde 1945, na contestação do meio musical francês e na descoberta da disciplina serial, a sua acção apresenta actualmente os contornos de um projecto ambicioso. Simultaneamente compositor, analista, maestro, pedagogo e animador, empenhado em imortalizar a sua acção criativa, Pierre Boulez criou instituições capazes de apresentar soluções duráveis para os maiores problemas que a música contemporânea deve transformar: os da difusão, da acessiblidade e da indispensável evolução da sua relação com o público; depois o desenvolvimento dos meios tecnológicos necessários à invenção musical.

(última actualização: 2001; 2016)