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Música e outras áreas

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série II | 4o ciclo | Fevereiro/Março de 2015

 
Museu Arte Nova
5as feiras | 21h30

26 Fevereiro | Ana Cancela

{slider=Abstracionismo/Atonalismo: analogias musicais}

Ao longo do século XX, os pontos de convergência entre as diversas manifestações artísticas são múltiplos e revelam-se de variadíssimas formas. O cruzamento ideológico a que se assiste entre as artes plásticas e a arte musical transparece uma influência recíproca e uma procura de ideais semelhantes. Músicos e pintores partilham das mesmas ideologias e participam nos mesmos movimentos e projetos culturais, onde desenvolvem linhas de pensamento que estão na origem da criação artística. Surge um interesse crescente dos pintores pelo universo musical, que coincide com o nascimento da abstracção pictórica. A música, arte abstracta por excelência, vai criar um fascínio no seio dos artistas plásticos, pela sua imaterialidade e liberdade de expressão, levando a uma procura e partilha de pontos de convergência entre as duas manifestações artísticas. O primeiro ponto de encontro foi estabelecido por Wassily Kandinsky, ao considerar a música como uma arte que melhor expressa a identidade espiritual do homem e a abstracção das sua emoções. O desenvolvimento desta ideia culminou com o encontro com o compositor Arnold Schönberg (1874-1951), durante a apresentação em concerto da primeira peça atonal da História da Música (Drei Klavierstücke op. 11), de sua autoria.
Nesta sessão, será apresentado o percurso da abstracção pictórica em paralelo com o desenvolvimento da atonalidade musical, tomando Schönberg e Kandinsky como os principais protagonistas.{/slider}

05 Março | Ana Cancela

{slider=Arquitectura e Música: convergências no século XX}

A ocupação do espaço e a sua relação com o homem tem vindo a representar uma das maiores preocupações dos arquitectos do século XX. Paralelamente, na música, principalmente devido ao avanço das novas tecnologias, a “posse do espaço” tornou-se igualmente uma preocupação cada vez mais premente. Sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, algumas considerações musicais com a organização do ritmo, harmonia e forma foram suplantadas por considerações espaciais, como a disposição dos artistas dentro de um auditório e a capacidade de canalizar o som eletronicamente entre vários altifalantes, dentro do espaço arquitectónico. Assistiu-se a uma troca de influências de elevado interesse entre as duas manifestações artísticas, expressas simultaneamente na História da Arquitectura e Música Contemporânea.

Para esta sessão, reunimos um conjunto de três obras arquitectónicas efémeras, projectadas para a realização de uma obra musical específica, com o intuito de analisar de que forma a ocupação do espaço sonoro interfere na criação da arquitetura. Assim, em primeiro lugar, abordaremos a experiência conjunta de Le Corbusier, Xenaquis e Varèse levada a cabo na realização do Pavilhão Philips para a Exposição Mundial de Bruxelas, em 1958. Através de uma contextualização da obra de Le Corbusier, necessária à compreensão da obra, serão apresentados os pontos essenciais da idealização e realização do projeto, bem como a sua relação com a realização musical. No seguimento desta experiência, referiremos também o exemplo de Bornemann e Stockhausen para a Exposição Mundial de Osaka, em 1970 e, por último, o projeto conjunto de Renzo Piano e Luigi Nono.{/slider}

12 Março | Elder Oliveira

{slider=A música de Iancu Dumitrescu
    – tópicos sobre o Vanguardismo Artístico e sobre a Fenomenologia}

Partindo de textos que lhe foram fornecidos pelo próprio compositor, assim como da obra Cosmic Orgasm: The music of Iancu Dumitrescu assinada por  Andy Wilson, Elder Oliveira apresentará a música de Iancu Dumitrescu, com quem travou contacto assim que, em 2013, chegou à Europa.
Contextualizando a música de Dumitrescu no vanguardismo artístico e estabelecendo uma ponte com a Fenomenologia husserliana, Elder Oliveira partilhará excertos áudio e vídeo, dando a conhecer o estilo do compositor romeno.
Ouvir-se-á também música de sua mulher, a compositora e pintora romena Ana-Maria Avram.

Iancu Dumitrescu | Galaxy (1993), para harryphone, placas metálicas, micro-processador e percussão solo
– registo ao vivo no Minneapolis Spark Festival (percussão solo e fita magnética)
Gustavo Aguilar, percussão.

Ana-Maria Avram | Nouvel Archae, para voz e voz transformada ao vivo por computador
– registo ao vivo no Minneapolis Spark Festival 2009

Ana-Maria Avram | On the abolition of the soul (1994), obra radiofónica sobre textos de Emil Cioran
– encomenda da Radio France; Prix Italia 1995;
Elena Vassilieva, soprano; músicos da Orchestre Philarmonique de la Radio France; Ana-Maria Avram, electrónica e voz.

Iancu Dumitrescu | Pierres Sacrées (1989), para objectos metálicos e piano preparado

Iancu Dumitrescu | Small Eternity (2009), peça electrónica{/slider}

19 Março | João Quinteiro

{slider=Lachenmann e Nietzsche – Deus está morto vs. A música está morta}

Em Outubro de 1996, Helmut Lachenmann abre uma conferência em Donaueschingen com a afirmação “Die Musik ist tot”, – a música está morta. A radicalidade desta afirmação encontra na voz do compositor o estabelecimento directo de contraponto com uma das afirmações mais fraturantes de Friedrich Nietzsche, “Gott ist tot” – Deus está morto. Neste comunicado irei apresentar  a teia de relações que Lachenmann estabelece, não só com o pensamento conceptual de Nietzsche, como a materialidade que esse pensamento assume enquanto determinante da função da obra na relação com o aparelho estético.{/slider}

26 Março | Ana Freijo

{slider=A distância e o Lied – Uma hermenêutica do remoto}

“Actio in distans. Montanhas distantes, pessoas distantes, acontecimentos distantes…, tudo se torna romântico, ou o que é o mesmo – disso resulta a nossa natureza essencialmente poética”. Este fragmento, extraído do Das allgemeine Brouillon (1798-1799) de Novalis, propicia o advento de uma nova categoria estética. Se até este momento o conceito de distância tinha sido um tema recorrente na filosofia e na ciência, é com o primeiro romantismo alemão que encontra uma nova dimensão poética. Nesta “poética do remoto” (Richard Kramer) ecoa o Lied romântico com grande intensidade, reconfigurando-se aqui o seu significado. É este o tema que nos ocupará nesta comunicação, onde traçaremos um caminho que percorra as diferentes áreas onde o conceito se encontra: na filosofia, na ciência, na poesia e na música. Percorrendo as suas distâncias encontraremos o Lied.{/slider}

 

{slider=Louvado Seja Design}

David Pinho{/slider}

{tab=Apoios}

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