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I Jornadas Nova Música – Aveiro 1997

Cartaz JNM1997

Festival de Música do Século de Aveiro

15 a 22 de Dezembro de 1997

O moderno é de sempre, o moderno é o eterno.
Fernando Lopes-Graça

Ao criarmos este projecto de um festival de música do século XX, o nosso principal pensamento foi o seguinte: viver o nosso tempo. Viver a música feita por artistas que partilham connosco o presente, por aqueles que vivem connosco as inovações científicas, sociológicas, filosóficas e, claro está, artísticas. A era em que vivemos tudo permite. De um extremo ao outro, viajamos desde a realização artística mais complexa e elaborada, até à mais simples, intuitiva ou mesmo naif. A quantidade de informação hoje disponível conduz-nos a esta multiplicidade estilística onde palavras como Nova Simplicidade, Nova Complexidade, Minimalismo, Neo-Romantismo, Poli-Estilística, Música Espectral, Música Estocástica e outras, figuram como classificação estilística para uma determinada obra. Para chegar a este “desatino conceptual” percorremos um longo caminho que a pouco e pouco se foi dividindo. É talvez altura de olharmos para um século praticamente passado e reflectirmos sobre a música dos últimos cem anos. Desde os compositores que romperam com a tonalidade até hoje- um Stravinsky ou um Schönberg- a linguagem musical sofreu, a diferentes níveis, as mais profundas transformações. O modo como se pensavam certos aspectos da linguagem musical rapidamente mudou. Sem nos darmos conta, convivemos com as mais díspares correntes estéticas, com a música de Pierre Boulez e Steve Reich, com Brian Ferneyhough e Arvo Pärt, com Wolfgang Rihm e Tristan Murrail.
É neste contexto de actualidade por um lado, e de retrospectiva por outro, que surge este festival. Com esta iniciativa pretendemos dar mais um passo para o conhecimento da música do século XX, o seu repertório, e os problemas que levanta. Trata-se de uma fonte de conhecimento excepcionalmente rica e inesgotável.
Pensamos que a forma de o dar a conhecer passa, também, por um trabalho junto dos jovens músicos, dando-lhes a oportunidade de abordar questões específicas do nosso tempo, como, por exemplo, a notação, que raramente é alvo de estudo nos conservatórios ou mesmo no ensino superior. Por outro lado, os jovens compositores vêem-se desprovidos de uma importante parte da sua formação- a audição das suas obras. Assim, incluído nas actividades do festival, surge o Estágio de Interpretação de Música do Século XX, onde dezassete músicos oriundos de várias escolas do país trabalharão obras de jovens compositores bem como obras do repertório universal do nosso século.
Queremos que durante o Festival de Música do Século XX de Aveiro se viva a música do nosso tempo. Queremos que seja um local de debate sério e crítico, tanto para os problemas da música em geral, como para a música portuguesa, que carece de um estudo regular e profundo.
A música do nosso século, pela sua variedade, qualidade e beleza, merece uma maior atenção, merece que se mantenha viva, pois estamos certos de que corresponde a um riquíssimo período da História da Música.

Programa geral

Dia 15, Segunda-feira

18h00 | Conferência por Christopher Bochmann

A LINGUAGEM DA MÚSICA ATONAL

O que é a música atonal? Como é que esta linguagem se define? Ouve-se falar, por exemplo, na “linguagem” dodecafónica; mas o dodecafonismo é, na realidade, uma técnica que pode ser utilizada no contexto de uma das várias linguagens musicais.
Nesta conferência, o autor procurará sugerir critérios positivos para a definição de, pelo menos, um ramo deste atonalismo.

Christopher Bochmann [biografia]

Dia 14, Terça-feira

18h00 | Conferência por João Pedro Oliveira

INTERACÇÃO ORQUESTRA-ELECTRÓNICA

Este colóquio terá como temática a apresentação de possibilidades de interacção tímbrica entre estes dois meios sonoros. Os exemplos a apresentar serão retirados da obra A Cidade Eterna, para orquestra e electrónica, que o compositor está presentemente a escrever.

João Pedro Oliveira [biografia]

21h30 | Recital por Nuno Miguel Silva, clarinete

I Parte

  • Alexandre Delgado, Langará

II Parte

Nuno Miguel Silva [biografia]

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Dia 17, Quarta-feira

18h00 | Conferência por Evgueni Zoudilkine

EXPRESSIVIDADE NA LINGUAGEM MUSICAL
– ALGUMAS PERSPECTIVAS

A expressividade é um fenómeno de grande subtileza que se baseia nos vários fundamentos da linguagem musical, dos quais se destacam os processos formais, harmónicos e texturais, entre outros.
Os critérios deste fenómeno variam e ocorrem  segundo as normas e visões estéticas dos estilos musicais e escolas de composição.
Na sua conferência, o autor pretende destacar alguns aspectos e expôr algumas perspectivas de expressividade da linguagem musical, analisando várias obras do passado e do nosso século.

Evgueni Zoudilkine [biografia]

Dia 18, Quinta-feira

17h30m | Recital pelos alunos da Master Class de Flauta

18h00 | Conferência por Pedro Carneiro

MÚSICA JAPONESA PARA MARIMBA

De ressonâncias africanas e sul-americanas, a marimba desenvolveu o seu potencial de instrumento solista “sério” no Japão, onde o afastamento do fenómeno estruturalista de Darmstadt – conjuntamente com a força religiosa e tradição cultural dos criadores nipónicos dos anos 60 e 70 – lhe proporcionou um “habitat” protegido de influências idealistas europeias, onde encontrou uma voz própria.
Através de obras como Time de Minoru Miki (uma das primeiras obras sérias, da já extensa literatura do instrumento), Pedro Carneiro vai explorar o “exotismo” deste repertório que lançou a marimba para a popularidade que a destaca do resto da percussão, no final do nosso século.

Pedro Carneiro [biografia]

21h30 | Recital por Jorge Castro Correia, flauta

I Parte

  • Steve Reich, Vermont Counterpoint (1982)
  • Robert Dick, Bamboo (1987)
  • Amílcar Vasques Dias, 2 Peças: Glicínia; Rosmaninho (1997) 2)
  • Robert Dick, Lookout (1989)

II Parte

  • Robert Dick, Flames must not encircle sides (1980)
  • Mario Lavista, Canto del Alba (1982) 1)

1) Primeira audição em Portugal
2) Estreia Mundial

Jorge Castro Correia [biografia]

Dia 19, Sexta-feira

18h00 | Conferência por Álvaro Salazar

COMPOSITORES PORTUGUESES: A GERAÇÃO DE 60

Nesta conferência o autor desenvolverá alguns aspectos relativos à História da Música Portuguesa recente, incidindo principalmente sobre os seguintes tópicos:

  • Para um conceito de Geração
  • Tradição e Cosmopolitismo
  • As poéticas dos anos 60
  • Novos trajectos e perspectivas

Álvaro Salazar [biografia]

21h30 | Recital por Madalena Soveral, piano

I Parte

II Parte

  • Anton Webern, Variações op. 27 (1936)
  • Alban Berg, Sonata op.1 (1908)

Madalena Soveral [biografia]

Dia 20, Sábado

21h30 | Concerto da Orquestra do Estágio de Interpretação | J.-M. Burfin, direcção

  • Luís Pena, Rumos, Caminhos, Direccções (1997) 2)

1) Primeira audição em Portugal
2) Estreia Mundial

Jean-Marc Burfin [biografia]

Dia 21, Domingo

18h00 | Concerto da Orquestra do Estágio de Interpretação | J.-M. Burfin, direcção [Porto]

Jean-Marc Burfin [biografia]

Estágio de Interpretação de Música do Século XX

dias 15 a 22 de Dezembro

Orquestra de Câmara do Estágio de Interpretação de Música do Século XX

A orquestra foi constituída por dezassete jovens músicos provenientes de várias escolas do país, seleccionados por um júri especialmente constituído para o efeito.
Durante uma semana, esses jovens trabalharam com o maestro Jean-Marc Burfin, e em colaboração com os jovens compositores, repertório do nosso tempo, apresentando o resultado desse trabalho em dois concertos (Aveiro e Porto).

Flauta | Herlânder Sousa, Ana Macedo
Oboé | Liliana Fernandes
Clarinete | Jorge Camacho, Paulo Temeroso, Nuno Gonçalves
Fagote | José Pedro Figueiredo
Trompete | Manuel Correia
Trompa | José Correia
Trombone | Eduardo Lála
Harpa | Ana Paula Miranda*
Piano | Sandra Caleiro, Óscar Graça
Percussões | Eva Basto, Cristiano Silva
Violinos | Jorge Vinhas Alves, Mariana Sampaio                    
Viola | Dírio Alves    
Violoncelos | Raquel Ribeiro, Constança Blanc
Contrabaixo | José Lourenço

* músicos convidados

Todos os eventos tiveram lugar no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, excepto o concerto do dia 21, decorrido na Sala de Ensaios do Mosteiro de S. Bento da Vitória (Porto).

Patrocínio

ua
MINCULTura1

Apoio

Instituto Português da Juventude
Bonança
Inatel
Fundação Oriente
Governo Civil de Aveiro
Fundação Glaxo-Wellcome
Vulcano
Fundação Jacinto Magalhães

Agradecimentos

Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro
Intervisa
Indasa
Região de Turismo – Rota da Luz
Numérica
IP Holding
VGM – especialista em música contemporânea, antiga e etnográfica
Canteiro Florido
Pastelaria Peixinho
Óptica Nascimento
Intermúsica
Cidel
Orquestra Nacional do Porto
Escola Profissional de Música de Espinho
Conservatório de Música de Aveiro
Teresa Pais
Diário Regional de Aveiro

Ficha Técnica

Direcção Artística e Organização

Diana Ferreira, João Pais, Luís Pena

Gestão Financeira e Design de Publicidade

Fundação João Jacinto de Magalhães